Santa Catarina colhe 70 mil toneladas de maracujá em 2023, 27% a mais que na safra anterior

  • Categoria do post:Fruticultura

Segundo levantamento dos extensionistas da Epagri, Santa Catarina encerrou a safra de maracujá com produção estimada em 70 mil toneladas, representando um crescimento em torno de 27% em comparação à safra 2021/2022. Outro ponto positivo foi a média do valor pago ao produtor pela caixa de 11 kg, que este ano ficou em R$35,00, contra R$22,00 no ano passado. O principal mercado para a fruta catarinense é a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), mas ela também segue para redes de supermercados e centrais de distribuição de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.

O maracujá catarinense segue para a Ceagesp e centrais de distribuição de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte (Foto: Divulgação/Epagri)

Segundo o engenheiro-agrônomo Diego Adílio da Silva, extensionista rural da Epagri em Cocal do Sul, a área plantada permaneceu – pouco mais de dois mil hectares -, mas a média de produtividade aumentou para 35 toneladas por hectare, apesar de algumas intempéries climáticas terem ocorrido durante a condução dos pomares, com ênfase para o frio que se prolongou até os meses de outubro e novembro. Segundo a Epagri/Cepa, na safra 21/22 a produtividade foi de 27 toneladas por hectare e a produção ficou em 55 mil toneladas.

Diego também conta que o frio tardio resultou em atraso no início da colheita. “Para se ter uma ideia, em uma unidade de referência tecnológica acompanhada pela Epagri conduzida no município de Balneário Gaivota, no mês de junho de 2022 foram colhidas 300 caixas de 11 kg, pois a colheita já estava na fase final. No mesmo mês, em 2023, foram colhidas 660 caixas, mais do que o dobro do ano passado”.

Mesma área, maior produtividade

A área plantada permaneceu em pouco mais de dois mil hectares , mas a média de produtividade aumentou de 27 para 35 toneladas por hectare (Foto: Divulgação/Epagri)

Para Diego, a produtividade vem crescendo a cada ano devido a uma soma de fatores. Dentre elas, o engenheiro-agrônomo cita o plantio do cultivar da Epagri lançado em 2015, o SCS437 Catarina, altamente adaptado às condições climáticas catarinenses. Outros fatores foram a adoção do vazio sanitário desde o ano de 2020, a melhoria na qualidade das mudas produzidas, o manejo da adubação, os tratos culturais e o controle de pragas e doenças. “Além da melhoria da produtividade, houve melhoria na qualidade da fruta produzida”, frisa ele.

Em uma das unidades de referência tecnológica acompanhadas pela Epagri, no município de Sombrio, a produtividade foi de 60,9 t/ha, sendo 90% destinados para mesa e 10% para a indústria. “Isso evidencia a qualidade do fruto catarinense, que hoje é conhecido como o melhor maracujá produzido no Brasil”, revela o extensionista rural.

Vazio sanitário

Durante o vazio sanitário o cultivo de mudas pode ser mantido , desde que atenda aos critérios estabelecidos pela Cidasc (Foto: Divulgação/Epagri)

O vazio sanitário do maracujá foi estabelecido em Santa Catarina em 2020 por uma portaria da Secretaria de Estado da Agricultura como uma medida sanitária para proteger os pomares de maracujá-azedo do vírus do endurecimento do fruto. Durante o período determinado para cada município, é proibido cultivar ou implantar pomar, manter ou permitir, em campo, a presença de plantas vivas em qualquer fase de desenvolvimento.

A medida vale tanto para pomares comerciais quanto para cultivos caseiros ou urbanos. O cultivo de mudas pode ser mantido nesse período, desde que atenda aos critérios estabelecidos pela Cidasc. Em 2023, o vazio sanitário está em vigor de 1º de julho a 29 de agosto, com períodos específicos para cada região produtora. Confira:

– 1º de julho a 30 de julho: Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota, Balneário Rincão, Criciúma, Ermo, Forquilhinha, Içara, Jacinto Machado, Maracajá, Meleiro, Morro Grande, Passo de Torres, Praia Grande, Santa Rosa do Sul, São João do Sul, Sombrio, Timbé do Sul e Turvo.

– 11 de julho a 9 de agosto: Biguaçu, Bombinhas, Canelinha, Capivari de Baixo, Cocal do Sul, Florianópolis, Garopaba, Governador Celso Ramos, Imaruí, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Palhoça, Paulo Lopes, Porto Belo, Sangão, São José, Siderópolis e Tijucas.

– 21 de julho a 19 de agosto: Águas Mornas, Angelina, Anitápolis, Antônio Carlos, Armazém, Balneário Camboriú, Bom Jardim da Serra, Botuverá, Braço do Norte, Brusque, Camboriú, Grão-Pará, Gravatal, Guabiruba, Itajaí, Itapema, Lauro Müller, Major Gercino, Nova Trento, Orleans, Pedras Grandes, Pescaria Brava, Rancho Queimado, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São João Batista, São Ludgero, São Martinho, São Pedro de Alcântara, Treviso, Treze de Maio, Tubarão e Urussanga.

– 31 de julho a 29 de agosto: Demais municípios do Estado.

Mais informações e entrevistas

Diego Adílio da Silva, extensionista rural da Epagri em Cocal do Sul

Fone/WhatsApp: (48) 3403-1094

Informações para a imprensa:

Isabela Schwengber, jornalista

Fones: (48) 3665-5407 / 99167-3902