Água no campo: Epagri leva tecnologia e recursos para famílias rurais de SC

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Ser agricultor é mais do que plantar e esperar a colheita. É preciso saber cultivar preservando o solo e a água, em equilíbrio com a natureza. Em Santa Catarina, os efeitos da estiagem que se prolonga desde 2019 deixam isso cada vez mais claro. Por isso, a Epagri leva tecnologias e apoio financeiro para reduzir os problemas causados pela falta de chuvas nas propriedades rurais.

Projetos de crédito beneficiaram 2,5 mil famílias rurais com mais de R$100 milhões para financiar infraestrutura hídrica e proteção do solo e da água

Em cada município, a Epagri abre o caminho para que os produtores acessem políticas públicas do Governo do Estado e invistam em soluções para o uso responsável da água. Só em 2021, os projetos de crédito elaborados pela Empresa viabilizaram às famílias catarinenses mais de R$100 milhões em financiamentos para apoiar a resiliência hídrica no meio rural. Dentro do Programa SC Mais Solo e Água, da Secretaria da Agricultura, foram beneficiadas 2.579 famílias em 180 municípios com financiamentos sem juros e condições diferenciadas de pagamento.

Com investimento e conhecimento, os agricultores têm mais segurança para atravessar os períodos de estiagem

A distribuição dos projetos acompanhou a situação de vulnerabilidade do Estado em relação à estiagem. A maior parte deles, 1.278, está nos 40 municípios do Extremo Oeste, uma das regiões mais afetadas, totalizando um aporte de R$40,8 milhões. Em cada propriedade, os projetos levaram mais tranquilidade para as famílias e reduziram as incertezas sobre o futuro delas na agricultura.

O apoio viabilizou, por exemplo, a construção de 757 cisternas, 341 poços, 135 sistemas de irrigação, 111 sistemas de tratamento e distribuição de água e 1.197 projetos envolvendo proteção de fontes e matas ciliares, captação, armazenamento e distribuição de água no campo.

A expectativa é que essas famílias não sofram mais com a escassez de água e possam atravessar os períodos de estiagem sem grandes prejuízos para a produção agrícola e animal. Com mais produção no campo, os preços dos alimentos na cidade não se elevam, e todos são beneficiados.

Preservação do solo e da água garantem a produção da família Giombelli

No Extremo Oeste Catarinense, uma das regiões onde a estiagem mais castiga o campo, a família Giombelli consegue manter suas atividades com tranquilidade. Na propriedade rural do interior de Descanso, eles acabam de construir a terceira cisterna e agora têm capacidade para armazenar 2 milhões de litros d’água. Os reservatórios foram viabilizados com apoio de políticas públicas, em
projetos de financiamento elaborados pela Epagri, e armazenam a água da chuva coletada em telhados de galpões.

Essa estrutura permite à família manter três aviários e entregar seis lotes de 75 mil frangos de corte por ano. “No fim dos lotes, precisamos de 75 mil litros de água por dia. Com as cisternas, conseguimos manter a atividade normalmente”, conta o agricultor Gelson.

A família pratica o plantio direto há mais de 20 anos e atesta a qualidade do solo na propriedade

A família ainda cultiva 80 hectares de grãos em Sistema de Plantio Direto. A prática foi adotada há mais de 20 anos e a qualidade do solo só melhora com o passar do tempo. Em algumas áreas da lavoura, terraços previnem a erosão e ajudam a reter água no solo. A propriedade também tem duas nascentes protegidas. “Acredito que a gente tem que produzir sempre mais e com sustentabilidade: preservando o solo, que é nossa maior riqueza, e a água, porque sem ela não fazemos nada”, diz Gelson.

Em parceria com a Epagri, os Giombelli transformaram a propriedade em uma Unidade de Referência Técnica de Conservação do Solo e da Água, onde agricultores veem na prática que é possível trabalhar de forma sustentável. “Nossa parceria com a Epagri é a busca do conhecimento para produzir sempre mais e melhor”, destaca o agricultor.

O caminho é produzir preservando

O solo preservado funciona como um reservatório de água. É com essa ideia que a Epagri orienta as famílias rurais para tornar a agricultura catarinense cada vez mais sustentável. A missão é disseminar boas práticas que preservam o solo e a água e trazem mais conforto para as plantas e os animais, mesmo durante a estiagem.

Plantio direto mantém o solo protegido e é um caminho para a agricultura orgânica

Uma delas é o plantio direto, um sistema em que o solo permanece protegido por plantas e seus resíduos, como a palhada, trazendo benefícios para a agricultura, natureza e a sociedade. Outra prática é o terraceamento, com estruturas construídas em nível, planejadas para reter a água da chuva dentro da lavoura. Essa técnica, presente em 1,7 mil hectares no estado, elimina definitivamente o risco de erosão e faz com que a água da chuva penetre no solo e fique disponível para as plantas em períodos de escassez hídrica.

Terraceamento mantém a água da chuva na lavoura e reduz os problemas causados pela estiagem

Em 2021, boas práticas agronômicas como essas, orientadas pela Epagri, foram implantadas em 11,5 mil hectares em Santa Catarina. A Empresa realizou 183 eventos e 5,4 mil visitas a famílias rurais para tratar desses temas e ainda acompanhou a recuperação de 44 hectares de matas ciliares.

Proteção de nascentes, instalação de sistemas de captação, armazenamento e distribuição de água da chuva, construção de cisternas e estações de tratamento de água complementam o esforço de tornar Santa Catarina cada vez mais preparada para enfrentar a estiagem.

De olho nos rios e na chuva

A Epagri realiza um intenso trabalho de monitoramento que dá suporte para a busca de soluções para a estiagem. O Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC (Epagri/Ciram) faz o acompanhamento de níveis de rios e chuvas no Estado, aliado ao trabalho de meteorologia, que levanta dados sobre temperatura, vento, umidade do ar e uma série de outros indicadores.

O monitoramento dos rios e da chuva é realizado por 355 estações automáticas telemétricas ativas – são 295 de pluviometria e 60 de níveis de rios em todo o Estado. Esse trabalho permite conhecer a quantidade e a qualidade da água disponível em Santa Catarina para agir de forma preventiva e apoiar as regiões necessitadas.

De olho nas lavouras e criações

Monitorar os efeitos da estiagem sobre a agricultura e a pecuária é mais um papel da Epagri. Em 2021, esse trabalho, realizado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), orientou o Governo do Estado na criação do Programa SC Mais Solo Água, beneficiando mais de 2,5 mil famílias.

Os levantamentos também alertaram para uma queda significativa na produção de milho na safra 2020/21. Com essa informação, o setor produtivo buscou soluções emergenciais para atender a demanda. Os dados ainda apoiaram a Secretaria da Agricultura na criação de um programa de incentivo à produção de cereais de inverno, que já em 2021 contribuiu com a fabricação de ração em algumas regiões do Estado.

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