Trabalho inédito da Epagri sobre cancro europeu da macieira é capa de revista científica inglesa

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Um estudo inédito de pesquisadores da Estação Experimental da Epagri em São Joaquim (EESJ) que pode resultar em novos manejos para o cancro europeu da macieira foi publicado na revista inglesa Plant Pathology e teve uma das imagens estampada na capa.  O cancro europeu é uma das principais doenças que atacam a maçã no Brasil, cujos pomares são intensamente monitorados em Santa Catarina para que o Estado mantenha a sanidade das plantações.

O trabalho tem como autores os pesquisadores de São Joaquim Leonardo Araujo e Felipe Moretti Ferreira Pinto

O trabalho “Viability and release of Neonectria ditissima ascospores on apple fruit in Brazil” está na edição de abril da revista e tem como autores Leonardo Araujo e Felipe Augusto Moretti Ferreira Pinto, da ESSJ, e Camila Cristina Lage de Andrade e Valmir Duarte, do Agronômica Laboratório de Diagnóstico Fitossanitário e Consultoria, de Porto Alegre (RS).

Segundo Leonardo, que coordenou o estudo, a ideia desse trabalho surgiu quando a equipe do laboratório de fitopatologia encontrou 10 frutos mumificados com a presença de peritécios em duas plantas, durante uma avaliação de um experimento sobre cancro europeu da macieira no pomar experimental da Epagri. “Os peritécios são estruturas do fungo utilizadas para sobrevivência em períodos extremos, tais como invernos rigorosos. Até então essas estruturas só haviam sido observadas em cancros em ramos”, explica o pesquisador.

Ciclo de vida do fungo com frutas

Ele complementa que a possibilidade de produção de peritécio em frutos de macieira em pomares e a importância disso sobre a epidemiologia da doença nunca foi investigada. A partir dessa descoberta, Leonardo coordenou a execução de diversos ensaios e análises para provar que frutos de macieira infectados pelo fungo Neonectria ditissima poderiam dar início às epidemias de cancro europeu em pomares brasileiros.

A partir dos resultados obtidos no estudo, os autores propuseram uma adaptação esquemática do ciclo de vida de N. ditissima, incluindo frutos de macieira como fonte de sobrevivência do fungo durante o inverno. “Essa descoberta implica diretamente no manejo da doença nos pomares, pois fruticultores terão que adotar novos procedimentos”, explica Leonardo, que cita alguns deles: remoção de todas as frutas (mesmo aquelas sem sintomas ou sinais de doença) dos pomares após a colheita; atenção especial deve ser dada às frutas que são transportadas ou comercializadas de áreas onde o cancro europeu está presente para aquelas onde a doença ainda está ausente; as caixas de transporte das frutas devem ser limpas e desinfetadas, pois também podem servir como uma possível fonte de inóculo para pomares sem cancro europeu.

Pesquisadores Leonardo (à esq) e Felipe (à dir) com a equipe da ESSJ

O artigo pode ser lido na íntegra no site da revista Plant Pathology.

Informações e entrevistas:
Leonardo Araujo, pesquisador da Epagri e coordenador do estudo.
Fone: (49) 3233-8438

Informações para a imprensa:
Gisele Dias, jornalista
Fones: (48) 9989-2992 / 3665-5147

A ocorrência de cancro europeu nos pomares de maçã de Santa Catarina representa uma grande risco à exploração da cultura no país. Como os sintomas são parecidos com os de outras doenças mais brandas, a Epagri oferece um serviço que identifica a presença de cancro europeu nos pomares de maçã do Estado. Confira no vídeo a seguir.