Estiagem em SC: agricultor de Abelardo Luz protege solo para reservar água

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Apesar da estiagem, o agricultor Paulo Roberto Braz Fiorese está satisfeito com o que está colhendo na sua propriedade em Abelardo Luz. Mesmo com a quebra na produção, ele vai colher uma média de 50 sacas de soja e 160 sacas de milho por hectare, abaixo das 80 sacas e 250 sacas que costuma colher, respectivamente. Mas ainda muito à frente de outras propriedades da região, onde a colheita não ultrapassou as 10 sacas de soja por hectare. 

Segredo de Paulo está na adoção de práticas conservacionistas de produção
(fotos: arquivo pessoal)

O segredo de Paulo está na adoção de práticas conservacionistas de produção, que permitem a reservação de água no solo. Há cerca de 20 anos, como apoio da Epagri, ele investiu no terraceamento de um terço da área de sua propriedade, que tem 300 hectares.

Ele conta que não esperava colher tanto milho e soja nesta safra, devido à estiagem que atinge o Oeste de Santa Catarina. “O terraceamento ajudou a armazenar água no solo, o que cai de chuva fica aqui”, diz a ele a respeito das escassas, mas importantes precipitações ocorridas na região desde o mês de dezembro.

Paulo calcula que cada metro linear de terraço em sua propriedade é capaz de armazenar até mil litros de água. “Muitas vezes vi o terraço cheio de água que certamente iria escorrer”, relata o produtor rural.

Cobertura de solo

Além dos terraços, o agricultor de Abelardo Luz investe em outras práticas agrícolas conservacionistas, como a produção direta de grãos, que preconiza, entre outros princípios, a manutenção do solo coberto por plantas. “Colheu, já estou plantando atrás”, conta ele, revelando que não é necessário grande investimento para manter o solo coberto.

Lavouras de milho, trigo e aveia produzem a palhada necessária para manter o solo sempre coberto na propriedade

Para obter cobertura de solo, o agricultor pratica rotação entre milho e trigo, que, segundo ele, produz muita palhada que ele usa para as lavouras de soja. Também planta aveia para este fim. Com a cobertura constante ele evita erosão e compactação do solo, mantém a fauna benéfica ao recurso natural, entre outras vantagens. Paulo lembra que a palhada também serve como um cobertor térmico para proteger o solo durante os dias de calor extremo ocorridos no verão.

O próximo passo do produtor rural para manter a elevada produtividade de sua propriedade é investir na agricultura de alta performance, uma prática que atenta para os aspectos biológicos (fauna e flora) e físicos do solo, não apenas para a química.

O agricultor lembra que é preciso investir preventivamente em uma série de práticas, que ajudam as lavouras a enfrentarem os momentos difíceis, principalmente de estiagem. “É como um time de futebol, não adianta ter um goleiro bom e não ter quem faça gol”, compara com bom humor.

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Gisele Dias, jornalista
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