Frio intenso e geadas de julho causaram danos pontuais em hortaliças e frutas em SC

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O frio intenso com geada ampla que atingiu Santa Catarina em julho causou perdas pontuais, principalmente nos cultivos de hortaliças e frutas, com danos entre 5% e 8% na produção do Estado, informa a Gerência Estadual de Extensão da Epagri. As espécies afetadas são as mais sensíveis ao frio, como tomate, pimentão e mudas novas de brócolis, repolho, mandioquinha salsa, couve-flor e alface. Entre as frutíferas, os mais atingidos foram os bananais, por queima de folhas, e pessegueiros em floração.

No dia 30 de julho a geada cobriu de branco os cultivos da Estação Experimental da Epagri em Caçador
(Foto: André Sezerino / Epagri)

Hortaliças cultivadas em abrigo na Serra catarinense também foram afetadas pelo frio intenso, visto que os abrigos, na grande maioria dos casos, não dispõem de aquecimento. “As perdas aconteceram justamente nas espécies sensíveis ao frio, cuja indicação de cultivo apresenta períodos específicos para evitar estes riscos, mesmo em ambiente abrigado”, explica Darlan Rodrigo Marchesi, gerente estadual de extensão.

Também foram atingidas lavouras de milho verde ou doce cultivadas na região da Grande Florianópolis. Contudo, Darlan explica que elas também estão fora do zoneamento climático, ou seja, foram plantadas fora do período recomendado. “É fundamental respeitar o período de cultivo indicado no zoneamento de análise de risco climático do Ministério da Agricultura e Abastecimento, que também considera o risco de baixas temperaturas na semeadura ou plantio das espécies”, explica o gerente.

Aumento do risco

Darlan explica que o risco aumenta significativamente a partir do final de agosto, se estendendo para setembro. Ondas de frio intenso e geadas nesta época podem atingir cultivos de cereais de inverno (trigo, centeio, cevada, aveia) que estão no período de floração e enchimento de grãos. “Também há áreas recém-emergidas de milho que são muito sensíveis, bem como cultivos jovens de hortaliças como tomate, brássicas, pimentão, feijão de vagem”, relata o gerente da Epagri.

No caso das frutas, os danos seriam maiores em pêssego e ameixas, que estão em floração e início de frutificação, bem como em videiras, que estão na fase de brotação. Já no cultivo de maracujá, as mudas estão a campo, transplantadas, e são sensíveis a ventos frios e geadas. 

Agosto sem frio

Darlan recomenda que os agricultores permaneçam atentos à previsão da Epagri/Ciram, que permanece monitorando o tempo e emitirá avisos no caso de novas ondas de frio. “Tudo indica que agosto vai terminar sem frio intenso em Santa Catarina”, informa Gilsânia Cruz, meteorologista da Epagri/Ciram.

A meteorologista Maria Laura Rodrigues completa que em setembro, quando a primavera começa a se caracterizar, a previsão de tempo torna-se mais difícil, por ser uma estação de transição, quando a atmosfera vai se ajustando para a mudança entre o inverno e o verão. A partir daí, torna-se ainda mais importante o acompanhamento constante dos boletins de previsão de tempo.

Informações para a imprensa
Gisele Dias, jornalista
(48) 99989-2992