Agricultura familiar responde por metade do faturamento da agropecuária catarinense

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SC tem o 9º maior faturamento do país no setor agrícola

Uma agricultura tecnificada, produtiva e pujante. Esse foi o retrato de Santa Catarina divulgado pelo Censo Agropecuário do IBGE. Entre os destaques está o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), contabilizado em R$ 20,48 bilhões em 2017, sendo que 50,7% desse total vem da agricultura familiar. Com 183 mil propriedades rurais e 502 mil pessoas ocupadas, o estado tem o 9º maior faturamento do país no setor agrícola.

Destaque na produção animal e vegetal, Santa Catarina tem uma agricultura familiar altamente produtiva e inserida no agronegócio. De acordo com os dados do Censo Agro, 78% das propriedades rurais são deste modelo, ocupando 364 mil pessoas e 2,45 milhões de hectares cultivados. Além disso, o valor da produção dos pequenos cultivos é o quinto maior do Brasil, com R$ 10,38 bilhões.

“O agronegócio catarinense tem características únicas, somos um pequeno estado com uma produção gigante. A diversidade e a qualidade dos produtos do nosso agronegócio são reconhecidos em todo o mundo. A agricultura familiar é uma das marcas registradas de Santa Catarina e os números do Censo Agro trazem uma dimensão da importância do setor para a economia do estado. Esses dados são um retrato do agronegócio catarinense e servirão de base para nossos trabalhos”, ressalta o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Ricardo de Gouvêa.

Atividade econômica

A pecuária foi a principal atividade econômica nas propriedades rurais de Santa Catarina, presente em 46,8% do total (85.617). A produção de lavoura temporária é a fonte de renda primária em 37,6% dos estabelecimentos (68.855). Os números trazem uma inversão do que acontecia no Censo Agro de 2006, quando a maior parte se dedicava principalmente à produção vegetal.

Uso de agrotóxicos

Segundo os dados do IBGE, Santa Catarina tem o maior percentual de propriedades rurais que utilizam agrotóxicos – 70,7% do total. Isso representa 129,3 mil estabelecimentos rurais. É importante lembrar que esse valor não se refere à quantidade de agrotóxicos e sim à relação entre propriedades existentes e o número de produtores que declararam utilizar o produto.

De acordo com o analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Epagri, Luiz Toresan, esse número reflete um estado mais tecnificado, com uma produção diversificada. “Santa Catarina tem uma grande concentração de fruticultura, olericultura e produção de grãos, é natural que o uso de agrotóxicos seja maior. Os estados com um percentual menor, como Amazonas, Acre e Amapá, têm uma característica mais extrativista”, explica.

Toresan ressalta ainda que 84% do produtores que declararam utilizar agrotóxicos recebem algum tipo de assistência técnica, seja do Governo Federal, Estadual ou cooperativas. Esse é o segundo maior resultado do país, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul.

Comércio e uso de agrotóxicos

Santa Catarina é referência nacional quando o assunto é o controle do comércio e uso de agrotóxicos. Recentemente, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) implementou ferramentas eletrônicas para monitorar a emissão de todos os receituários agronômicos, as vendas e a movimentação desses produtos.

O gestor da Divisão de Fiscalização de Insumos Agrícolas da Cidasc, Matheus Mazon Fraga, explica que o Estado tem a relação das pessoas que adquirem agrotóxicos, em quais culturas o produto será utilizado e qual a finalidade. A Companhia executa ainda o Programa Alimento sem Risco, em parceria com o Ministério Público de Santa Catarina, e monitora os resíduos de agrotóxicos nos alimentos.

Por meio do Programa, a Cidasc realiza a coleta de aproximadamente 620 amostras anuais de produtos de origem vegetal, tanto na produção quanto no comércio, em todas as regiões do estado. São analisados 450 princípios ativos para verificação de inconformidades.

Em oito anos de execução, Santa Catarina já colhe resultados significativos. No início dos trabalhos, em 2011, o índice de resíduos era de 36% de inconformidades. Em 2018, esse número já caiu para 20%, sendo que as inconformidades da produção catarinenses são de apenas 15% – isso representa metade da média nacional. “Os números demonstram o sucesso do Programa. O desafio é grande, mas está sendo enfrentado. Nosso objetivo é diminuir o uso irregular de agrotóxicos, ofertando à sociedade catarinense alimentos cada vez mais seguros”, destaca Matheus Mazon Fraga.

Alimentos orgânicos

Em Santa Catarina são 2.921 agricultores que se dedicam à produção orgânica. No Brasil esse número chega a 64.690.

Ana Ceron – Assessoria de Imprensa

Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural

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