Workshop traz a Florianópolis especialistas do Brasil e exterior para discutir Indicação Geográfica

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IG Indicação Geográfica Vinhos de Altitude de SC Foto Luiz Fernando Vianna Epagri (1)
Indicação Geográfica dos Vinhos de Altitude de SC está em estágio adiantado de documentação. Foto Luiz Fernando Vianna / Epagri

Nos dias 30 e 31 de outubro Florianópolis recebe o principal evento de Indicação Geográfica de Santa Catarina e um dos mais importantes do país. O VIII Workshop Catarinense de Indicação Geográfica e VII Mostra de Produtos Tradicionais acontece na sede da Assembleia Legislativa e vai trazer palestrantes do Brasil e do exterior para discutir o tema sob o enfoque do mercado internacional. O evento é promovido pela Epagri, em parceria com a Assembleia Legislativa e apoio de outras instituições.

A Indicação Geográfica (IG) é um reconhecimento, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), que garante que um produto só tem aquelas propriedades porque é influenciado por características ambientais ou culturais de uma determinada região. É uma forma única de valorizar produtores e produtos identitários de um território.

O processo de formalização de uma IG demanda tempo, dedicação e trabalho integrado dos diversos atores que participam da cadeia produtiva. São necessários anos de esforço conjunto para adequar sistemas, fazer o levantamento histórico, a caracterização ambiental, delimitar a área e tomar outras providências, a fim de atender todas as exigências do INPI para analisar o pedido.

Santa Catarina conta com duas Indicações Geográficas: Vales da Uva Goethe e Banana da Região de Corupá. As IGs dos Campos de Cima da Serra (Queijo Artesanal Serrano) e da Erva-mate do Planalto Norte Catarinense já estão em avaliação no INPI. E seguem adiantados os trabalhos para obtenção das IGs do Mel de Melato da Bracatinga, da Maçã Fuji da Região de São Joaquim e dos Vinhos de Altitude (foto).

Com base na experiência que o Estado acumulou na questão, o tema escolhido para o workshop neste ano foca nas práticas de gestão das indicações geográficas após a concessão do registro, e nos acordos comerciais entre o Mercosul e a União Europeia. Este são os maiores desafios da temática na atualidade.

Programação

Para contemplar o tema, a programação conta com palestrantes de renome nacional e internacional. O evento inicia às 9h de quarta-feira, 30, com palestras e mesas redondas.

Destaque para a mesa redonda das 15h30min do dia 30, com o tema pós-registro das IGs. Entre os debatedores estará Claude Vermot-Desroches, presidente da Organização Para uma Rede Internacional de Indicações Geográficas (oroGIn França) e do Comitê Interprofissional de Gestão do Queijo Comté. Ao lado dele estará Barbara Pick, pesquisadora PhD da London School of Economics And Political Sciences. Eles dividem a mesa com Andreia Meira, extensionista da Epagri que coordenou a IG do Queijo Serrano, Lucas Trevisan, da Associação dos Bananicultores de Corupá, e Jaime Milan, do Vale dos Vinhedos, que tem a primeira IG do Brasil.

A abertura oficial do evento acontece às 18h da quarta-feira, com a presença de autoridades estaduais e da presidente da Epagri, Edilene Steinwandter. No coquetel após a abertura, a Epagri lança a espumante Ancestral, desenvolvida pela Estação Experimental de Videira. A bebida resgata o primeiro método de elaboração de espumantes e traz inovação em etapas-chave do processo, onde valoriza-se a tipicidade de uvas rústicas produzidas pela agricultura familiar de Santa Catarina.

No dia 31 os debates giram em torno das IGs no acordo Mercosul-União Europeia, nas visões dos dois grupos econômicos. Os painéis terão a participação de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do INPI, da Diretoria Nacional de Propriedade Intelectual do Uruguai e do Instituto Max Planck para Inovação e Concorrência, da Alemanha.

O evento também terá a apresentação de trabalhos orais e em pôsteres. Ao todo foram inscritos 60 trabalhos, um número recorde para o workshop. O evento encerra às 17h45min do dia 31, após a Sessão Plenária com a síntese das discussões e encaminhamentos, que terá a presença do secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Ricardo de Gouvêa, do presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, Deputado José Milton Scheffer, e de autoridades nacionais.

Mostra de produtos

Paralelamente ao VIII Workshop Catarinense de Indicação Geográfica acontece a VII Mostra de Produtos Tradicionais, um evento criado para mostrar toda a riqueza agrícola e diversidade cultural de Santa Catarina. A mostra vai reunir, no hall que dá acesso ao auditório Antonieta de Barros da Alesc, produtos rurais de todas as regiões do Estado e também os sete que já têm ou estão em nível avançado para obtenção de suas IGs.

Os visitantes da mostra vão poder conhecer cachaças, morangos orgânicos, pão de milho e artesanatos como pêssankas e bordados ucranianos, entre outros. Também acontece uma mostra com imagens rurais que integram o arquivo fotográfico da Epagri.

28 anos de fundação da Epagri

O workshop também vai marcar a abertura dos 28 anos de fundação da Epagri. A comemoração segue por todo o Estado durante o mês de novembro, com lançamento de tecnologias, Dias de Campo, seminários, atividades de educação ambiental e outras, que vão apresentar à sociedade um pouco do trabalho desenvolvido nestas quase três décadas de extensão rural e pesquisa agropecuária em Santa Catarina.

O Estado catarinense foi o primeiro, e até hoje é um dos únicos, a reunir numa empresa os serviços de pesquisa agropecuária a extensão rural. A partir desse ato de ousadia e inovação se construiu uma história de sucesso. Hoje a Epagri é referência nacional e internacional em pesquisa e extensão rural. O conhecimento que produz é empregado não só em benefício dos catarinenses, mas também repercute no Brasil e no exterior.

Os cultivares de arroz, por exemplo, são utilizados em diversos países. O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), criado e difundido pela extensão rural da Epagri, hoje é modelo de agricultura sustentável em nível nacional e internacional. Já existe maçã desenvolvida pela Epagri sendo produzida e vendida na União Europeia com royalties revertidos para Santa Catarina.

O sucesso da Epagri nesses 28 anos de existência se reflete na força do agronegócio catarinense. Santa Catarina é líder nacional na produção de maçãs, moluscos e suínos, tem a segunda maior produtividade de arroz irrigado do país, é a quarta maior produtora de leite e de mel do Brasil, tudo isso ocupando apenas 1,1% do território nacional. Grande parte desse resultado se deve ao trabalho da Epagri, que com apoio e confiança dos agricultores, vem inovando para uma agricultura cada vez mais sustentável.

Serviço

  • O que: VIII Workshop Catarinense de Indicação Geográfica e VII Mostra de Produtos Tradicionais
  • Quando: Dias 30 e 31 de outubro – confira programação
  • Onde: na Assembleia Legislativa de SC, em Florianópolis
  • Informações e entrevistas: Denilson Dortzbach, pesquisador da Epagri e presidente do evento, pelo fone (48) 99900-1945

Informações para a imprensa
Gisele Dias, jornalista: (48) 99989-2992 / 3665-5147
Cinthia Andruchak Freitas, jornalista: (48) 36655344
Isabela Schwengber, jornalista: (48) 3665-5407