Produtores de leite e técnicos do Oeste Catarinense participaram de uma capacitação sobre produção de leite à base de pastagens perenes no Centro de Treinamento da Epagri de Chapecó (Cetrec).O evento foi realizado no dia 13 de março pela Epagri de Cordilheira Alta, em parceria com a Cooperativa Alternativa da Agricultura Familiar ( Cooperfamiliar) e com a a Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste (Cooperoeste). Participaram 40 pessoas dos municípios de Chapecó, Cordilheira Alta, Planalto Alegre, Guatambu e Caxambu do Sul.
Na parte da manhã, a capacitação foi conduzida pelo engenheiro-agrônomo Carlos Mader Fernandes, coordenador estadual do programa de pecuária da Epagri, que explanou sobre a importância da adoção de sistemas baseados em pastagens perenes de alto potencial produtivo. Ele explica que a produção de leite à base de pastagens perenes é recomendada pela Epagri por ser mais adequada à realidade da maioria das propriedades catarinenses, atendendo melhor às necessidades dos agricultores e proporcionando aumento de produtividade e rentabilidade na medida em que esses sistemas podem ser implantados com baixo investimento e mantidos com menores custos de produção.
Na parte da tarde, a engenheira-agrônoma Seliane Pierezan, líder do projeto de pecuária da Epagri UGT-1, que abrange as regiões de São Lourenço do Oeste, Xanxerê e Chapecó, apresentou as novas normas para a qualidade do leite, tema que tem despertado muito interesse e até preocupação dos agricultores. Além dos novos parâmetros para a qualidade do leite previstos pela legislação (Instruções Normativas), foram abordadas as responsabilidades e também os aspectos fundamentais para a produção de leite com qualidade.
“Nesse sentido, além das boas práticas de produção, incluindo a sanidade do rebanho e a higiene na ordenha, a prevenção e o controle da mastite bovina é fundamental. A prevenção dessa doença traz benefícios para toda a cadeia produtiva, diminuindo prejuízos e mão de obra dos agricultores, aumentando a qualidade e reduzindo perdas nas indústrias e elevando a qualidade e segurança dos produtos para os consumidores”, explica a extensionista rural de Cordilheira Alta, engenheira-agrônoma Cliciana Bertoldi.
Encerrando o dia, o produtor e dirigente da Cooperoeste, Aldo Antonio Postal, discorreu sobre a situação atual e as perspectivas para os produtores de leite cooperados. Destacou que a qualidade é o maior entrave para que o leite brasileiro se destaque no cenário internacional, apesar da legislação ter evoluído ao longo dos anos. “Em geral, os grandes laticínios já possuem políticas efetivas de qualidade, mas as pequenas indústrias ainda encontram dificuldades e necessitam de apoio técnico para implantar. Por isso é fundamental o trabalho das instituições públicas como a Epagri para que elas consigam se adequar”, diz ele.
Para Cliciana, foi um dia de muito aprendizado e motivador para os agricultores, que conheceram aspectos fundamentais da produção de leite com qualidade e rentabilidade, além da importância da troca de experiências e do trabalho cooperativo. Diversos participantes relataram estar no Cetrec pela primeira vez e puderam conhecer essa estrutura que a Epagri oferece para capacitação de agricultores e técnicos na região. Em março de 2019, o Cetrec completou 34 anos de existência e serve de modelo para capacitações em diversas áreas, com destaque para o desenvolvimento e sustentabilidade ambiental das propriedades rurais.
